HomeCabine de Imprensa & CríticaPartida de Caco Ciocler o start rumo à utopia, Crítica.

Partida de Caco Ciocler o start rumo à utopia, Crítica.

Partida de Caco Ciocler o start rumo à utopia, Crítica.

Partida, Departure,

Nos chama atenção pela simplicidade, esbanjando de início uma proposta totalmente inovadora, onde a odisseia rumo ao amanhã se dá em um coletivo de anseios, paixões políticas, antagonismos acirrados.

Impossível não nos vermos também em suas cenas, como pessoas comuns, esperançosos em dias melhores, a essa utopia cujo sinônimo muitas vezes nos esmorece…

Utopia essa que ganha vida e mexe com a gente, cinéfilos ou não, patriotas ou não.

Com direção de Caco Ciocler (Esse Viver Ninguém Me Tira, Carcereiros) Partida nos chama a ingressarmos em suas estradas, onde o embarque é agora, hoje!

Em um ambiente cenário que se passa em sua quase totalidade no coletivo, temos matizes de sentimentos, de colóquios inteligentes, de crises de existência, e vimos mundos ali em cada personagem, a nos brindar seus viveres, suas buscas e suas crenças…

A atriz Georgette Fadel (O Banquete, Rio Cigano) nos presenteia com a sua “Georgette”, feminista e apaixonada por suas crenças, suas ideologias, onde nos arremata diálogos acalorados e nos vimos novamente ali inflamados e extasiados pela simplicidade do que está sendo visto e revisto, por sua proposta simplória do: Serei candidata em 2022!

É nesse viés de utopia que se dá Partida, o partir para algo, para um objetivo, para acordos e acertos em um grupo de amigos que lá no inicio da travessia se aventuram sem maiores pretensões e isso nós podemos perceber no decorrer do longa.

A odisseia vai ao encontro do ex-presidente Pepe Mujica , que é para Georgette sua maior referência política viva.

Em meio a diálogos conflitantes percebemos o afeto e a amizade que une aqueles amigos, todos unânimes em ir ao encontro do ex presidente do Uruguai e se será possível essa empreitada.

Partida tem um mister de curiosidade, onde o espectador jamais sairá no meio do longa, ele vai querer saber o gran finale, fazendo jus ao título, que nós usamos no dia a dia, o partir, o ir, o vir, o interagir…e a que se propôs esse grupo?

Onde conferimos tomadas de ângulos e com  uma fotografia tão original, cenas ora beirando a ficção e ora a realidade.


Considerações:

Partida, Departure documentário ficção onde tem como mote as eleições do país, o governo Lula, a esquerda, a direita, onde nos mostra motivos variados para estarem ali, onde a utopia se dá muitas vezes ao longo da trama.

Onde percebemos as crenças e descrenças em uma candidata feminista e querendo para si e todos o melhor possível, o farei o certo, conheço os problemas do povo, como farei?

Engajada em suas verdades e muitas vezes cercada de olhares duvidosos.

Partida acerta e encontra uma plateia sedenta de um bom filme nosso, um documentário sem “frescuras”, onde olhamos e enxergamos, atores, atrizes, personagens, cenários, filmagens, make of e isso o torna acessível e o coloca em um patamar dos melhores.

Produção de Beto Amaral (Vazante, Insolação) e Caco Ciocler (João, O Maestro, 15 Segundos), coprodutor Paulo Vidiz, com a produtora Cisma Produções (Vazante, O Banquete, Insolação) e coprodução da Zumbi Post.


Prêmios:

O documentário recebeu no 14º Fest Aruanda quatro Prêmios:

Prêmio Especial do Júri Melhor filme, Prêmio Melhor Som- Vasco Pimentel, Prêmio Melhor atriz- Georgette Fadel, Prêmio Melhor Montagem- Tiago Marinho.


Ficha Técnica

Direção: Caco Ciocler

Direção de Fotografia: Julia Zakia e Manoela Rabinovitch

Produção: Beto Amaral, Caco Ciocler

Produção Executiva: Bernardo Bath

Elenco:Georgette Fadel; Léo Steinbruch, Paula Cesari, Caco Ciocler, Vasco Pimentel, Sarah Lessa, Jefferson dos Reis, Julia Zakia, Beto Amaral, Manoela Rabinovitch, Ivan Drukier Waintrob, Luiza Zakia

Montagem: Tiago Marinho

Som:Vasco Pimentel

Colorista: Henrique Reganatti

Mixagem: Ricardo Zollner

Trilha Sonora: Arthur de Faria

Coprodução Zumbi Post, Paulo Vidiz


Partida (Departure), de Caco Ciocler, 93 min – SP


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Natural de Brasília, carioca de coração. Artista Plástica, desenhista, poetisa e fotógrafa. Começou cedo nas artes, fazendo caricaturas dos amigos ainda no Colegial, fez desenho livre no Oberg Cursos de Desenho e seus quadros seguem o realismo, tendo como mestres Edward Hopper, Gustave Caillebotte e Amadeo Modigliani. Em sua estante tem biografias como de Walt Disney, Victor Hugo e Tony Blair entre outros que fizeram história. Na fotografia desde 2005, fez revelação de fotos em laboratório, época da fotografia Analógica, se rendeu a era digital tendo fotos publicadas em sítios de fotógrafos como o site Olhares e o Fine Art, ambos tendo autores portugueses em sua maioria e participou de muitos Workshops desde então, sendo um deles ministrado pelo grande fotógrafo português Manuel Madeira. Como boa pisciana, arrisca algumas poesias, tendo algumas publicadas no site “Pensador”. Fez exposições de seus quadros em 2014. Se define como amante das artes e dispara que nada sabe, o aprender acontece todos os dias. Colaboradora de vários sites de mídias, com trabalhos publicados em muitos lugares de destaque.

sanny@cidadedamidia.com.br

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